Não tenho, neste momento, a mínima pachorra para inventar um título para este desgraçado post
Abeiro-me da estação de Metro, ali mesmo ao lado do Via Catarina. A prudência, associada a alguma falta de tempo, diz-me para procurar o livro pretendido na Bertrand do Estádio do Dragão, a maior e mais abastecida de todas as análogas. Provido de aristotélica virtude, para lá me dirijo. Vou contando estações – Bolhão – Heroísmo – Campo 24 de Agosto – Campanhã – Dragão. Chego ao destino, voo pelas escadas e, numa lancinante corrida contra o tempo, vou em busca do livro pretendido. Sem fôlego, já na livraria, sirvo-me de um ou dois caprichos editoriais antes de, uma vez ao balcão, perguntar pela publicação que ali me levava. A sorte joga connosco às escondidas, aliada ao destino que nos enfrenta num repetitivo ping-pong: o livro só existe… em Sta. Catarina. Pago as banalidades e choro pelo essencial – dirijo-me ao Metro: Dragão – Campanhã – 24 de Agosto – Heroísmo - Bolhão. Cheguei. Entro no Via Catarina, peço o livro desejado e, quando vou para pagar, noto a falta do cartão Multibanco. Contactam a livraria do Dragão… Que sim, que havia lá um cartão esquecido com o meu nome. Conformo-me. Pago os livros com cartão de crédito e vou contando estações: Bolhão – Heroísmo – Campo 24 de Agosto – Campanhã – Dragão.
Chego ao fim da cruzada. Ao balcão, lamentoso mas nem por isso menos triunfante, peço o cartão esquecido. Entregam-mo. Sorriem. Que acontece, dizem cinicamente. Toca o telefone no preciso momento da devolução da tarjeta. Como é mister do funcionário, atendem antes que o cliente se possa ir embora. Era da Bertrand de Sta. Catarina, avisando, conscienciosamente, que lá me tinha esquecido do cartão de crédito.