Mundo ao contrário (ou a mais completa ausência de sentido): A palavra ao coador
Que objecto mais subtil, mais purificador, mais catártico do que esse, tão maneirinho, a que chamamos coador?! O seu corpo de rede intromete-se na vida íntima dos fluidos, dos compósitos, sendo na hagiografia dos utilitários como se fosse uma espécie de S. Pedro das infusões: Tu passas! Tu não!
Há então, no coador, um sentido poético! Ele atrai as impurezas chamando a frase, captando o que não se esvai, dizendo ao poema a mesma oração amorosa de Rilke: “Por metade chamo-te, por metade afasto-te de mim” – que melhor definição para um coador?!...
Pois bem. Imaginemos então um coador de poemas, filtrando as letras das palavras numa nova combinação poética. Coemos versos ao acaso, num exercício surrealista que subverta moderadamente a sua estética, porque, como o chá, o surrealismo é fluido e abundante se sobejamente peneirado…
O jogo é simples. Trata-se de passar as palavras de cada verso ao coador e apreciar as letras que ficam no fundo do recipiente. Teremos então novas palavras e um verso diferente, com uma ligação ténue ou imperceptível com a frase inaugural. Este exercício, sem meio termo, levar-me-á a Serralves ou ao Conde Ferreira. Coemos pois, previamente, as palavras - para evitar que sejamos coados à nossa própria revelia - e vejamos no que dá...
“FLOR DE ACASO OU AVE DESLUMBRANTE” (O`Neill)
C o a d a
“PALAVRA TREMENDO NAS REDES DA POESIA” (O`Neill)
Palavra Rede
“O TEU NOME, COMO O DESTINO, CHEGA”: (O`Neill)
Est a :
“ CONTINUAREI FUMANDO”... - FeRnando Pessoa / ÁLvaro de Campos -
MA R L -
“EM TORNO DE TI VOA A BORBOLETA OUSADA” – Baudelaire -
Bor o -
- “DEMASIADO TU PARA QUE NÃO SEJAS A ÚNICA POSSÍVEL” ! (Vitor de Matos)
- T E !
Há então, no coador, um sentido poético! Ele atrai as impurezas chamando a frase, captando o que não se esvai, dizendo ao poema a mesma oração amorosa de Rilke: “Por metade chamo-te, por metade afasto-te de mim” – que melhor definição para um coador?!...
Pois bem. Imaginemos então um coador de poemas, filtrando as letras das palavras numa nova combinação poética. Coemos versos ao acaso, num exercício surrealista que subverta moderadamente a sua estética, porque, como o chá, o surrealismo é fluido e abundante se sobejamente peneirado…
O jogo é simples. Trata-se de passar as palavras de cada verso ao coador e apreciar as letras que ficam no fundo do recipiente. Teremos então novas palavras e um verso diferente, com uma ligação ténue ou imperceptível com a frase inaugural. Este exercício, sem meio termo, levar-me-á a Serralves ou ao Conde Ferreira. Coemos pois, previamente, as palavras - para evitar que sejamos coados à nossa própria revelia - e vejamos no que dá...
“FLOR DE ACASO OU AVE DESLUMBRANTE” (O`Neill)
C o a d a
“PALAVRA TREMENDO NAS REDES DA POESIA” (O`Neill)
Palavra Rede
“O TEU NOME, COMO O DESTINO, CHEGA”: (O`Neill)
Est a :
“ CONTINUAREI FUMANDO”... - FeRnando Pessoa / ÁLvaro de Campos -
MA R L -
“EM TORNO DE TI VOA A BORBOLETA OUSADA” – Baudelaire -
Bor o -
- “DEMASIADO TU PARA QUE NÃO SEJAS A ÚNICA POSSÍVEL” ! (Vitor de Matos)
- T E !
9 Comments:
Foi o que deu: Coada palavra rede esta: Marlboro-te!
Com filtro ou sem filtro, onde há fumo...
“ continuarei FUMAndo”... - feRnando pessoa / álvaro de campos
- Fumar
deMAsiado Tu parA que não sejas a única possível
- mata
Não desfazendo o post, o comentário da Candy está genial!
Não, não, o post é que está!
depois de ler este post, meu querido, só há duas coisas que me restam fazer:
correr à cozinha, tirar o meu coador da gaveta e elevá-lo a utilitário doméstico de importância filosófica e a ti, beatificar-te!
beijo, com reverência, que para mim és quase um santo... blogosférico.
se fazes isto com as palavras, o que não farás com outras coisas!!! santidades...suponho ;):)
santidades... asseguro! ;):)
Mais, mais mestre!
mais mestre??
Enviar um comentário
<< Home