Still inocents after all these years?!

Porém, nos antípodas do gesto de Gedeão, vive o Coro de St. Amaro de Oeiras.
O primeiro registo vocal desse clássico assassino que todos conhecem data do tempo da Expansão ultramarina. Desde aí, de ano para ano, há um refrão desafortunado que “deseja um bom natal, para todos nós”, insistente, repetido por estes pequenos demónios em tom fastidioso de velhos do Restelo. Não é preciso ver o “Senhor das Moscas” para perceber que há uma perversidade instalada no âmago destas existências infantis, quando percebemos que este grupelho demencial não muda a voz. Apesar do coro já ter cinco séculos, o que é certo é que o tom é sempre o mesmo, sem a mínima variação, sem que a música se despenteie por qualquer variação fónica… E assim se fura a bola colorida do sonho de Gedeão.
Serve o presente para dizer, pois, que se estivéssemos num país civilizado, há muito se tinha desmanchado a impunidade deste pequeno exército de sodomitas. E que o seu lugar estaria nas chamas purificadoras dos Autos de Fé, que não nesse panteão de almas honestas a que se chama “Natal dos Hospitais”. De resto, o Toy vai desafinando, o José Cid, sob os nossos olhos, vai entrando em putrefacção, e até o bom do Sala dá lugar ao São Jorge Gabriel. Só os putos é que não crescem; só o diabo dos meninos canta sempre da mesma maneira desde o Tratado de Tordesilhas… Vade Retro, coro de St. Amaro!
E, para todos e todas, um Bom Natal!