Still inocents after all these years?!
Numa qualquer ocasião, certamente natalícia, o poeta António Gedeão caracterizava a persistência dos sonhos numa metáfora infantil: “como uma bola colorida, nas mãos de uma criança”. E, nesta espontaneidade sem medida, o progresso do tempo deixava-se sonhar, saltitante! A infância era aqui, obviamente, signo de uma dinâmica sem programa e sem previsão, como sonho sem cartografia. Certo!
Porém, nos antípodas do gesto de Gedeão, vive o Coro de St. Amaro de Oeiras.
O primeiro registo vocal desse clássico assassino que todos conhecem data do tempo da Expansão ultramarina. Desde aí, de ano para ano, há um refrão desafortunado que “deseja um bom natal, para todos nós”, insistente, repetido por estes pequenos demónios em tom fastidioso de velhos do Restelo. Não é preciso ver o “Senhor das Moscas” para perceber que há uma perversidade instalada no âmago destas existências infantis, quando percebemos que este grupelho demencial não muda a voz. Apesar do coro já ter cinco séculos, o que é certo é que o tom é sempre o mesmo, sem a mínima variação, sem que a música se despenteie por qualquer variação fónica… E assim se fura a bola colorida do sonho de Gedeão.
Serve o presente para dizer, pois, que se estivéssemos num país civilizado, há muito se tinha desmanchado a impunidade deste pequeno exército de sodomitas. E que o seu lugar estaria nas chamas purificadoras dos Autos de Fé, que não nesse panteão de almas honestas a que se chama “Natal dos Hospitais”. De resto, o Toy vai desafinando, o José Cid, sob os nossos olhos, vai entrando em putrefacção, e até o bom do Sala dá lugar ao São Jorge Gabriel. Só os putos é que não crescem; só o diabo dos meninos canta sempre da mesma maneira desde o Tratado de Tordesilhas… Vade Retro, coro de St. Amaro!
E, para todos e todas, um Bom Natal!
Porém, nos antípodas do gesto de Gedeão, vive o Coro de St. Amaro de Oeiras.
O primeiro registo vocal desse clássico assassino que todos conhecem data do tempo da Expansão ultramarina. Desde aí, de ano para ano, há um refrão desafortunado que “deseja um bom natal, para todos nós”, insistente, repetido por estes pequenos demónios em tom fastidioso de velhos do Restelo. Não é preciso ver o “Senhor das Moscas” para perceber que há uma perversidade instalada no âmago destas existências infantis, quando percebemos que este grupelho demencial não muda a voz. Apesar do coro já ter cinco séculos, o que é certo é que o tom é sempre o mesmo, sem a mínima variação, sem que a música se despenteie por qualquer variação fónica… E assim se fura a bola colorida do sonho de Gedeão.
Serve o presente para dizer, pois, que se estivéssemos num país civilizado, há muito se tinha desmanchado a impunidade deste pequeno exército de sodomitas. E que o seu lugar estaria nas chamas purificadoras dos Autos de Fé, que não nesse panteão de almas honestas a que se chama “Natal dos Hospitais”. De resto, o Toy vai desafinando, o José Cid, sob os nossos olhos, vai entrando em putrefacção, e até o bom do Sala dá lugar ao São Jorge Gabriel. Só os putos é que não crescem; só o diabo dos meninos canta sempre da mesma maneira desde o Tratado de Tordesilhas… Vade Retro, coro de St. Amaro!
E, para todos e todas, um Bom Natal!
9 Comments:
Por causa desses insuportáveis fedelhos, eu tenho uma dúvida existêncial terrível: nunca descortinei se eles dizes "deseja um bom Natal" ou (o que faria mais sentido gramatical) "que seja um bom Natal".
Já agora uma pergunta: para além do estafado "a todos um bom natal", o coro de Santo Amaro cantou alguma vez algum outro tema?
A culpa é do Isaltino. Se estivéssemos no tempo do bom Conde Oeiras, o coro já tinha ido fazer companhia aos Távoras ou ao Padre Malagrida.
looooooooooooooollll
obrigada dr.
para si também e um bom ano
adoro-o,
cuide-se.
bom ano, domingo no mundo.
feliz post, este :)
:) Já tinha vindo aqui ler o "post", mas na altura não escrevi nada (estava um pouco "down", mas ler fez-me sorrir :)
Agora voltei para desejar um Óptimo Ano com muitos "posts"!
As visitas ao seu blog valem sempre a pena.
Se hoje, depois de um tempo de ausência da blogosfera, vinha apenas formular (tardiamente!) votos de bom ano, acabo a rir à gargalhada com o novo post. Com um espírito crítico mordaz, com grande jocosidade e - o que sempre me maravilha - com uma prosa impecável!
Ah, já agora, bom ano ... :-)
Então estivemos quase a ser colegas? :)
Quase um mês depois do Natal, venho aqui dizer que quando ouço/vejo o Coro dos Meninos de Sto. Amaro ocorre-me sempre a possibilidade de possuir uma pistola-metralhadora.
Oh, senhor do Mal...!
Não me queime a auréola!
:-)))
CSD
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