terça-feira, outubro 16, 2007

A letra “cê” é ilustre o suficiente para pertencer ao corpo designativo do abecedário: o abc, ou por extenso o a-bê-cê. Apesar de ser a última das letras matrizes, o curvilíneo cê é ainda parte de uma sequência fundadora ou de uma notação musical, que orquestra todas as restantes letras. Daí que “Cê” seja C de Caetano; seja “C” de um concerto com essa mesma designação… e logo no Coliseu: Cê.

Como se Caetano viesse depois de Bethânia (creio que, ainda por cima, é mais novo!), depois de António Carlos Jobim (o A fundador), e ainda depois de Chico (há que transgredir a sequencialidade do alfabeto) – não deixando de pertencer ao ABC da MPB e dos seus históricos. Um ABC em que Elis, de Elis Regina, ocupa uma posição de quase transcendência alfabética.
Cê, pois: de cínico… Cínico concerto, o de Caetano. Cínico é ter terminado, na apoteose do encore, fazendo o público cantar, em adoração, “odeio você”, como cínica é a sua entoação e a sua postura.

E “cê” ainda porque, caramba!, cantar assim, garridamente, tropicalmente, não pode sequenciar-se, nem ordenar-se, no rumo determinável de um monótono (etimologicamente, um único tom) A-B-Cê. Como o próprio canta:
"Alguma coisa está fora da ordem"...

4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

E é também Cê de corpo – presente, convidado e convoca(n)do (n)um ambiente lascivo…

Dispensava-se o Cê final de uma câmara indiscreta!

1:50 da tarde  
Blogger redonda said...

Perdi os C todos ...:(

7:57 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

eu ganhei uma dor cervical.

8:26 da tarde  
Blogger redonda said...

Agora vi-me envolvida por dois "C" que dispensava: constipação e cêgripe

9:03 da tarde  

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