A rotunda...
...da Boavista era duplamente um círculo vicioso. Ameaçadora. Repetitiva. A rotunda era uma espécie de maldição, disfarçada em belos drapeados. Decorria uma sessão fotográfica, em que modelos se passeavam em vestidos de noiva. O trânsito parado; os automobilistas, em marcha lenta, babavam, com maior ou menor indiferença às vozes irritadas de algumas automobilistas. No meio do jardim encenava-se a festa, enquanto o restante circo pegava fogo: o glamour ao centro, o frenético caos em torno.
Facilmente se imaginaria uma espécie de sucessão cronológica, com o jardim a representar o "antes" e a caótica rotunda a imitar o "depois"... Sem querer, uma qualquer revista de moda ou um qualquer estilista encenou, no corpo da própria cidade, o paradigma dominante dessa instituição antiga: o casamento.

6 Comments:
Quando comecei a ter aulas de condução parecia-me em parte isso -ameaçadora, espécie de maldição, o caos, não por o trânsito estar parado (o que nessa altura até preferiria)mas pelo oposto.
Casamento-caos: não acho que seja regra... Não é preciso casar para termos o caos na nossa vida, basta uma qualquer relação amorosa que, pelos mais diversos motivos, começa a não funcionar, ou não é bem aquilo que queremos, blá, blá, blá...
estranho é quem quer casar depois daquilo que vai passando nos namoros!!!
Mais vale prevenir...
Que pensamentos, Aristóteles...
n tenho nd contra a rotunda mas contra o que está em cima do pedestal e não é por gostar de napoleão
adoro rotundas.
sem trãnsito.
e sem enlaces dessa natureza.
que já esteve mais longe...
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