quarta-feira, setembro 20, 2006

Raízes

Caros colegas.

Nunca, até hoje, me remeti a este blogue. Após leitura de alguns dos posts, fico com a sensação de que este blog não é para mim. Intimida-me a falta de palavrões e alusões futebolísticas tendenciosas.

O facto de partilhar a mesma carga genética que o criador do “interrupto” traz-me responsabilidades acrescidas, expondo-me a inevitáveis comparações de estilo, que são de todo incomparáveis.

Aliás, esta carga genética pesa-me nos ombros desde tempos ancestrais. Não é fácil!

Partilhamos as mesmas origens e a mesma voz mas por ser o mais novo serei sempre o “puto” e ele “o sábio”. Fui desde sempre torturado pelo professorado, que insistia em comparar-nos por frases célebres e pelas redacções escolares. A dona Ana, professora da escola primária de Mechedinho, detentora de uma mão imponente (digna de um pugilista) e de uma régua ainda mais cruel, foi a primeira a deixar-se levar. Certo dia interrogou o seu pequeno auditório, sobre qual seria a brincadeira de eleição entre os petizes. Entre as respostas mais ou menos previsíveis houve uma que se destacou:

“Eu gosto é de brincar com as palavras!”

Uma frase como a anterior, teve certamente o seu preço. Naqueles tempos, as palavras tinham um princípio muito mais puro, o da causa e da consequência. A escolha de uma palavra errada entre os colegas, poderia levar a intensas horas de punição no poste, sob o comando do “Figueiras”, o temível repetente de mãos calejadas. Com sorte, teríamos o leite achocolatado de distribuição diária, estrondosamente rebentado na nossa pasta.

Agora é tarde. Não há tortura que nos valha!

14 Comments:

Blogger salomé said...

Verdes anos, experimentadas palavras... o sofrimento amadurece! Solidária contigo: não é fácil! ;)

12:55 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Quando eu te apanhar...

11:57 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Não há nenhuma razão para te sentires diminuído. Um técnico valoriza determinados factores que passam normalmente despercebidos ao pessoal das humanidades: por exemplo, a eficácia dos recursos.
O nosso amigo Aristóteles consolidou o seu estilo à custa de uma dispendiosa biblioteca de milhares de volumes que custaram uma fortuna.
Por outro lado, a tua escrita é clara e correcta: contudo a tua biblioteca alberga um único volume de “O Pequeno Lorde”, cuja leitura iniciaste quando tinhas 7 anos e que actualmente estás quase a terminar.
Estes mistérios do intelecto emocionam-me.

2:46 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Termina-me, porra!

4:07 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Se te sabia capaz de dedilhar as cordas da Portuguesa, desconhecia a habilidade das pontas dos dedos nas teclas do pêssê. Grande entrada!

12:15 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Sim, até porque o palavreado do teu bro velho já enjoava

12:16 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Ainda por cima, ficámos a saber que ele andou na escola do Mechedinho e não no Colège de France ou coisa que o valha

12:17 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Apesar de tudo, não obstante tudo o que se escreve e fala, Aristóteles e Verdesanos são um bom exemplo de que afinal a escola pública...
Estou à espera de mais.

Monalusa

7:40 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

estes estagiários que chegam aos blogs e começam a tratar os restantes berloguistas por "colegas"...

o que te vale é que tb sou irmão mais novo com um génio como irmão mais velho, ou estavas tramado!

11:06 da tarde  
Blogger rps said...

Saudações ao reforço!
Não imagino os sentimentos que expressas - sou o mais velho...

10:19 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

stor e o seu comment ao facto d ja n ser necessario fazer prova especifica de filosofia p se candidatar ao curso de filosofia?????

3:39 da tarde  
Blogger DomingonoMundo said...

P.,

Há coisas que nem vale a pena comentar, e essa da prova de Filosofia...

7:32 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

lol...

10:50 da manhã  
Blogger redonda said...

Senti o mesmo em relação à minha irmã mais velha :)

7:13 da tarde  

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